quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meus filhos não são a minha vida

Eu em Lucerne, na Suiça
Quando o Matheus nasceu eu achei que não consegueria me separar dele, nem por minutos. Ao mesmo tempo sentia uma saudade muito intensa de mim mesma. Porque depois que o filho nasce e, principalmente nos primeiros meses quando se está amamentando, a gente não sabe muito bem onde começa a vida da gente e onde começa a dele. Tudo vira uma grande confusão.
Quando tive que começar a trabalhar, achei que não iria suportar a distância, mas ao mesmo tempo, não via a hora de me ver ao meu lado novamente. Lembro da sensação de tristeza quando deixei ele lá no berçário (já contei isso aqui) e a delícia de sentar e almoçar sem me preocupar com a hora do mamá.

Hoje essa sensação apareceu novamente. Aqui sozinha na Suiça!!! Esse sempre foi meu sonho: Europa e sozinha. Eu, meus pensamentos, meus livros, meus textos!!! Mas tem algo muito forte faltando: os meus filhos e meu marido. Quem lê pode pensar que nunca estou feliz. Mas isso não é verdade.
Uma das coisas que tenho aprendido com a Doutrina Espírita é que cada um é um indivíduo único, por mais redundante que isso pareça ser é a mais pura verdade!Tenho perfeita noção da importância do Angelo, do Matheus e do Dani na minha vida, mas preciso aprender a viver fisicamente longe deles. Isso porque logo eles irão querer ter a vida individual e eu vou ter que permitir sem cobranças. 
Hoje, Dia das Crianças eles estão sendo muito generosos comigo, não me obrigando abdicar do meu trabalho, do meu sonho por eles. 

No futuro, Deus me ampare para que eu não seja egoísta. Que eu saiba respeitar as distâncias saudáveis. Mesmo que seja a separação do desencarne. Que antes me parecia algo inaceitável.
Quando cheguei do treinamento, esse pensamento invadiu minha mente e eu decidi tirar a saudade triste de dentro de mim e fui jantar sozinha!!! O restaurante do hotel parece um pub e lá fui eu. Sentei com meu livro do Chico Xavier, pedi minha comida e minha cerveja. Toda dona de mim, curtindo cada minutinho. (Ah! eu jantei na segunda-feira sozinha num restaurante super charmoso e romântico, também na companhia do Chico Xavier e do André Luiz - risososo).
Rua do Hotel em que estou hospedada
Devo essa sensação de alegria aos meus filhos e ao meu marido. Afinal, eles também estão se sacrificando por mim. Se é assim, tenho que ficar feliz, não é?

Matheus e Daniel: amo vcs não pela obrigação de amar por ser mãe, mas por sentir desde já que vcs são seres humanos especiais, que vieram nessa vida a transformar o mundo para o bem. Espero ampará-los nessa jornada. Com a ajuda do amor do nosso maior mestre: Jesus Cristo.

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