domingo, 27 de novembro de 2011

Quero ser como a minha mãe

Às vezes me pergunto como consigo ver um problema tão grande e conseguir ir resolvendo aos poucos até chegar na solução definitiva. Isso tanto com a minha casa, com o meu casamento, com os meus filhos e, principalmente, com o meu trabalho. Aí aparecem cenas na minha mente como respostas para essa pergunta.

Vejo minha mãe socorrendo meu primo na praia, quando ele caiu do muro e cortou os joelhos. Sozinhos na praia de Mongaguá, numa época em que aquilo era só mato, ela ficou calma, tomando a frente da situação. Deu banho, limpou o machucado, colocou roupas limpas e saiu a procura de um vizinho com carro para levar o menino até um pronto-socorro para suturar o enorme corte. Todo o desespero da minha tia e das crianças, incluindo eu, foi diminuindo até que todos já ríamos da situação.

Outra cena: a enchente em Florianópolis. Fomos acordados na noite de 23 de dezembro por vizinhos dizendo que os nossos carros estavam sendo levados pela enchente. Nesse momento, os homens entraram naquelas água para salvar o que dava. Eu e minha irmã entramos em desespero. Minha mãe, mesmo muito preocupada, propôs que rezássemos para nos acalmar. Tudo bem que nem todos entraram nessa sintonia de paz (o Angelo ficou 5 dias sem dar um sorriso), mas pelo menos o desespero passou.

Mais uma: tínhamos ganhado um enorme cachorro para levar para minha tia, que morava em Americana. O cão era tão enorme que com 6 meses já ocupava todo o espaço do porta-malas de uma van e chorava tanto que deixava todo mundo nervoso. E por estar nervoso fazia uns cocôs nervosos também. Minha mãe foi sentar no último banco para conseguir fazer carinho nele e o deixou calmo parar percorrer os mais de 150 quilômetros entre S. Paulo e essa cidade do interior.

Outras histórias vão aparecendo, mas por serem íntimas e levarem em conta as vidas de outras pessoas não posso contar aqui. É claro que ela já errou e erra muito, mas sou testemunha de quanto essa mulher tenta ajudar a todos. Por isso digo: se eu for igualzinha a minha mãe, tendo até os mesmos defeitos, serei muito feliz.

Minha mãe: eu te amo de verdade.

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