terça-feira, 9 de junho de 2015

Depressão: epidemia mundial

Esse ano de 2015 está brabo. E não falo da crise nacional, não! Até porque acredito muito mais que estamos passando por um momento de correção do que por uma crise propriamente dita. Falo da quantidade de pessoas diagnosticadas com depressão a minha volta.


Como não posso expor nomes, vou citar apenas a quantidade. São aproximadamente 5 parentes indiretos, 1 parente direto, 4 colegas muito próximos de trabalho e mais uns 5 não tão próximos mas que convivo quase diariamente e 1 amiga muito próxima. Por alto, convivo com 15 pessoas que estão diagnosticadas com a doença do Black Dog. O mais maluco é que todas tiveram a oportunidade de buscar ajuda antes da crise derradeira, mas foram tratando com diversos médicos antes de buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. Alguns sinais comuns a todos eles: muitas doenças físicas sem explicação. Dores no corpo: cabeça, intestino, estômago, insônia (acordar entre 3 e 3:30 da manhã e perder o sono é um relato comum), muito ou nenhum apetite, ausências e esquecimentos, etc.


O que será que está acontecendo? Será que enfim conseguimos dar um nome para as tristezas que a humanidade sempre teve? Ou será realmente que o nosso estilo de vida está nos tornando doentes?


Não tenho respostas claras, até porque não sou médica ou estudiosa no assunto. Na minha humilde opinião tendo a acreditar que a depressão sempre esteve entre nós, mas como havia muito preconceito, as pessoas escondiam e a chamavam de melancolia. Temos até uma fase da literatura em que a depressão era considerada quase uma inspiração.


Por outro lado, tenho a impressão de que a atual onda de "auto diagnóstico" possa estar relacionada com uma "moda". Não que as pessoas estejam nos enganando, acredito mesmo que sofram. Mas a depressão ganhou fama e os portadores são considerados como vítimas. Assim, fica muito mais fácil ser diagnosticado com depressão e recorrer a remédios do que entender que existem fatos na vida que não foram bem trabalhados ou interpretados e que precisam de ajuda. Falo da ajuda de um psicólogo, que vai nos ajudando a entender reações e gatilhos, apoiados com a ajuda de uma religião, seja ela qual for. Esse trabalho é longo, difícil e exige dedicação e muita disciplina.


Faço uma analogia com a epidemia da obesidade. Muitas pessoas entendem que é muito sacrifício se privar de alguns alimentos, reduzir a quantidade de comida e fazer exercícios diariamente. E por isso vão se deixando levar para quando chegar na obesidade, poder usufruir de remédios e cirurgias que irão resolver tudo, como num passe de mágica. Doce ilusão (horrível essa expressão, mas não encontrei outra). Convivo também com pessoas que fizeram redução bariátrica e que enfrentam grandes desafios, quase perdendo a briga e voltando a engordar. Isso depois de um sofrimento desumano. Mas na cabeça do ser humano atual em que tudo é imediato, é muito melhor tratar uma doença por alguns meses (mesmo com tanto sofrimento) do que se dedicar anos a evita-la.


Posso ser interpretada como preconceituosa nesse nosso mundo atual de vigilância severa às opiniões direrentes da grande massa. Mas na verdade eu busco uma resposta para isso tudo. Já que mil estão caindo a minha direita e outros  mil a minha esquerda. Quero sinceramente fazer de tudo para que esse mal não entre na minha tenda!

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