sábado, 29 de dezembro de 2018

3 2 1.... Recarregando

Momento de recarregar as energias.

Esse tem sido meu mantra. Conversando com uma amiga, ela me falou sobre a importância de um Detox depois de fechamentos de ciclos.

Faz mais de 20 anos que realmente não paro. Casei, montei casa, tive dois filhos, fui promovida, aumentei minhas responsabilidades... Durante esse tempo, tive períodos de férias sim, mas sempre ligada nos números de fechamento, no clima da equipe, no planejamento do ano. Assim, posso dizer que acabava recarregando apenas uns 60% da minha bateria interna.

Esse ano, me propus a recarregar de verdade. E aí entra a receita do Detox. Cada um precisa criar o seu método. No meu, entram atividade física, contato com a natureza, terapia, ler e escrever muito, incluindo rituais para deixar o velho ir embora para criar espaço para o novo. E nesse Detox tenho feito descobertas fantásticas. Aos poucos, sinto uma energia renovada brotando dentro de mim. Parecida com aquela sensação de quando temos contato com uma nova ideia, uma insight.

Minha contribuição é compartilhar a proposta da minha amiga. Vale muito buscar uma renovação de energias. Rituais são importantes para o ser humano. Aproveite então que estamos fechando 2018 e crie seu ritual de Detox, tirando tudo que não te fez bem e abrindo espaço para coisas novas.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A alegria de fazer parte de uma história



Feliz daquele que pode ter saudade, porque é sinal que viveu um momento especial

Gosto muito de pensar que é mais feliz quem tem saudade porque viveu alguma coisa boa. Questiono muito a ideia de algumas pessoas que preferem, por exemplo, não ter uma animal, para evitar o sofrimento com a sua partida. Minha opinião é totalmente contrária.


Tenho muita saudade por exemplo, da chácara que meu tio Argemiro tinha em Laranjal Paulista, quando criança. Lá vivi muitas coisas boas e tenho excelente lembranças, como os bolos que fazíamos de terra, das rodas dos adultos para ouvir a moda de viola e do cheiro de doce de cidra que minha avó fazia no fogão a lenha. A chácara não é mais da família e meu tio já nos deu Adeus, mas essas lembranças vivem nas minhas memórias cheias de carinho.

Tenho saudade da casa que meu pai tinha em Mongaguá. Passamos férias divertidíssimas com minha tia Márcia e meus primos. E minha adolescência - cheia de dúvidas e certezas - foi vivida toda lá. A casa já foi vendida, meus primos casados e alguns amigos daquela época estão apenas no Facebook. Mas eles estão vivos dentro de mim.

Saudades de quando comecei minha carreira, como Relações Públicas no Governo do Estado. Das viagens de carro pelo Interior quente de São Paulo. Da pressão em não errar, da admiração de grandes jornalistas que pude conhecer. Saudades imensas das amigas do coração, que continuam conectadas comigo pelas redes sociais, é verdade. Mas dentro de mim, essas amizades estão intactas e fortes como foram naquele momento.

Quantas saudades de quando meu sogro estava bem de saúde, fazendo churrasco, tentando tocar violão e me chamando para dançar. Hoje ele está acamado e já não reconheço sua alma alegre nem dentro dos seus olhos. Mas sonho e nos meus sonhos, ele ainda tem toda aquela vitalidade.

Cada dia que acaba, fecho meus olhos e fixo em alguma imagem ou cena que gostaria que permanecesse intactas dentro de mim. Da minha irmã ainda bebê, dos meus pais namorando enquanto preparavam o almoço na cozinha, do meu gato Toti, da minha família no chalé de Atibaia junto com a família do Thiago, dos churrascos na chácara de Embu, das cavalgadas em Itapecerica da Serra, dos meninos bebês, das muitas comemorações na Atlas Schindler.

Nesses últimos 15 dias, tenho vivenciado isso com algumas pessoas. É muito especial quando meus colegas de trabalho descrevem as cenas de momentos que vivemos juntos, de como me conheceram, de algum momento em que marquei as suas memórias. No final de contas, essa é a meta do ser humano: ser imortal... não imortal no sentido da carne, mas de viver nas memórias daqueles que amamos.


sábado, 8 de dezembro de 2018

Pedal Anchieta 2018 - Uma lição



 Planejamento, Dedicação, Segurança e muita Entrega. Essas são as palavras que resumem minha participação no Pedal Anchieta 2018. Uma das maiores aventuras da minha vida. Superação de vários medos e a certeza de que vale a pena.

Saindo de casa às5h30 da matina
No dia 2 de dezembro participamos do evento Pedal Anchieta 2018. Mais do que um passeio, essa foi a oportunidade de realizar uma grande manifestação por mais mobilidade sustentável no nosso país.
Foram mais de 30 mil ciclistas reunidos para descer a Serra sentido a Santos. Com o apoio do Governo do Estado de SP e de outros órgãos, tudo foi bem organizado para conforto dos participantes.



Deixo alguns links para quem deseja saber mais dessa super aventura:
https://www.facebook.com/pedalanchieta2018/videos/206873036787711/
https://pedalanchieta2018.org/
http://www.praquempedala.com.br/blog/pedal-anchieta-2018/

No metrô: tudo organizado para os ciclistas
Minha preparação
Essa foi uma excelente oportunidade para exercitar algumas lições importantes que servem para a vida pessoal e, é claro, para para o mundo corporativo. Fiquei sabendo do Pedal em março de 2018 quando pedalava pela Ciclofaixa de Lazer da Avenida Paulista. Daí em diante fiz um planejamento, não muito rígido, para estar preparada para fazer essa viagem pedalando.
No folheto de divulgação, estavam previstos 55 quilômetros entre a largada, no quilômetro 10 da Anchieta, e o trecho urbano de Santos. Com esse número na cabeça, fui aumentando a quilometragem aos poucos até chegar aos 55 quilômetros em uma dia.

Nosso pequeno grupo: Angelo, Matheus,
Adriana, Luca e eu
Planejamento com dedicação
Assim, posso dizer que tive muita dedicação para alcançar meu objetivo. Todas as oportunidades de pedalar foram usadas. Nos feriados, temos a implantação da Ciclofaixa de Lazer em SP, aí eu aproveitei para treinar. Incluí quilometragem, muita subida e trechos mais longos de pedal constante pela ciclovia do Rio Pinheiros. Fiz três trilhas no Interior (duas vezes o Pedal do Limoeiro e outra na rota da Cerveja - e essa foi a melhor kkk). Isso porque esses passeios têm menos km, mas são mais exigentes.
Paradas para organizar os comboios

E não fiquei só no Pedal. Continuei correndo e fortalecendo os músculos. Esse é um ponto fundamental. Para a corrida, me dedico bastante a fortalecer as pernas, mas para a bike tive que realizar mais treinos de membros superiores. Meu instrutor na academia, o professor Bruno, foi fundamental nesse preparo.

O retorno de Santos era uma preocupação. Não podíamos subir pedalando (ainda bem hihihi), então precisávamos achar um transporte. No começo pensamos em participar de algum grupo de bikers que estavam fretando ônibus. Mas no final, os organizadores negociaram com as empresas de transporte e a passagem saiu bem em conta: $27,00 por pessoa com direito a embarcar as bikes. Comprei com antecedência e para um horário com bastante folga para ficar tranquila. A previsão era terminar o pedal às 13:30 e eu comprei as passagens para17:05. Deu tudo certo.


Segurança
Já sabia que Segurança seria um ponto de extrema importância. Não só pelo trajeto, que inclui serra e rodovia, mas também pela quantidade de ciclistas que estavam confirmando presença no evento.
Adriana e o Luca, nossos companheiros.
Além dos itens obrigatórios como bicicleta revisada, luva e capacete, incluí luzes dianteiras e traseiras, bem como uma mochila adequada para pedalar com lanches, água, protetor solar etc. Esquecemos só do repelente, mas que tbm não fez tanta falta

Angelo abrançando sua bike. Na verdade,
essa bike é a reserva. A oficial fico em casa.

Meu marido ficou responsável por dar as instruções de pedal seguro. Ele é mais experiente e tbm é motocicleta, então deu dicas valiosas. Ah! E assistir todos os vídeos produzidos pelos organizadores e pelos apoiadores tbm foi fundamental, porque fomos incluindo detalhes importantes na nossa preparação, o que garantiu total segurança para o nosso pequeno grupo. Realmente para um passeio desse porte não podemos brincar com segurança.

Entrega
E então chegou o grande dia. Bora acordar 4:30 da manhã. Pedalar até a estação Saúde do metrô e seguir o trajeto que planejamos com antecedência.

Desse ponto em diante a entrega foi total. Uma felicidade gigante por conseguir carregar a bike nas infinitas escadas das estações de metrô (valeu professor Brunão!!!), fazer baldeação e depois chegar no ponto de partida no Sacomã. Entrega total para empurrar a bike nos trechos que foram criados comboios. Paciência para encontrar o melhor ponto de parada para reabastecer a energia, comendo, bebendo e tirando muitas fotos.  Entrega para pedalar na subida e principalmente para focar nas descidas, que sempre é o meu maior pânico.

Foi tão intenso que é até difícil descrever o tamanho dessa entrega.

Posso afirmar que essa aventura foi uma enorme marca no meu desenvolvimento. Para uma pessoa que tinha tanto medo de pedalar, que tinha dificuldade com subidas e pânico com as descidas... Essa superação significou muito. Sempre fui uma criança medrosa para esportes e hoje ser Meia Maratonista e ser Ciclista, me provou que posso chegar onde eu quero.

Indico a todas as pessoas que coloquem desafios nas suas vidas e que sigam os passos de um projeto. Com Planejamento, Dedicação, Segurança e Entrega... Tudo dá certo e dá muito prazer.

E outra coisa: nunca é tarde para começar. Estou com 45 anos e só após os 40 é que comecei a correr e a pedalar. Estou pronta para começar qualquer outra coisa na minha vida. Já estou planejando várias outras coisas para 2019. Que venham vários outros desafios. 
HUHUHUHU!!!!