Quando corro, passo por um processo parecido com o que acontece na meditação. Nos primeiros quilômetros, os pensamentos estão confusos, o corpo reclamando e a mente gritando para parar imediatamente e fazer algo mais intelectualmente aceitável. São quase 4 quilômetros de briga.
1o. k - aquecendo o corpo e provando que aquelas dorzinhas são passageiras;
2o. k - domando a respiração que ainda está irregular;
3o. k - domando os pensamentos que estão confusos e a mente gritando que preferiria estar numa biblioteca ou museu;
4o. k - domando os batimentos cardíacos que aceleram muito na subida e baixam muito no terreno plano.
Após esse período, começo a dominar a mim mesma e então o prazer começa. Por isso, tenho buscado corridas mais longas. Elas são muito mais prazerosas. Pensa comigo: se eu corro 5k, passei praticamente 90% do meu tempo no sofrimento. Se são 10k, fico mais com mais de 50% na curtição e assim vai. Então... bora correr a Meia Maratona, entendeu?
40 anos: a década da infelicidade
- no trabalho precisamos fazer entregas com mais acertos devido a experiência e ao mesmo tempo mostrar que temos a mesma energia dos profissionais mais mais jovens;
- em casa precisamos cuidar dos filhos e tomar decisões que serão extremamente relevantes para o futuro da prole;
- na saúde começam a aparecer os primeiros sinais claros da velhice;
Fiquei com essas informações chacoalhando no meu cérebro enquanto corria, já que estou com 43 anos. Fiz uma conexão com a conhecida Idade da Loba - que começa aos 40 anos - e pensei nos meus amigos e, principalmente, nas minhas amigas.
Realmente existem muitos casos de Depressão e Síndrome do Pânico que começam por volta dos 40 anos. Também encontrei vários casos de separações, suicídios reais ou simbólicos em conhecidos que estavam entre 40 e 59 anos. É como se nos déssemos conta de que vivemos 50% dos nossos anos de vida e que agora precisamos aproveitar a outra metade.
Quando 50% já foi feito
A partir desse ponto passei a fazer uma contrapartida com a corrida. Não me considero infeliz e também não reconheço em mim traços de Depressão. Mas confesso, na beira dos 40 anos tive vontade de jogar tudo para o alto e mudar minha vida 100%. Não encontrava prazer no casamento, nos filhos, na minha casa e tampouco no trabalho.

No meu casamento, as coisas ESTAVAM. Isso mesmo... estavam... O amor estava, a relação sexual estava, as conversas estavam. Estavam do jeito que deveriam estar... traduzindo ESTAVAM MORNAS.
Com os meus filhos, a vida também tinha deixado de ser caótica. Eles já não eram bebês, já tinham independência e já me davam parte do tempo livre que eu queria muito.
Com a ajuda da minha irmã e da amiga Edilene resolvi correr. E a partir desse desafio, as coisas começaram a mudar. Em primeiro lugar, mudei meu corpo, eliminando 12k, muitas celulites e roupas de número 44. Só aí, minha auto-estima já melhorou em muito. Para o casamento, procurei ajuda na Doutrina Espírita - que mesmo sempre seguindo - estava meio distante. Para os filhos, a mudança de escola e de rotinas. Eles ficavam no integral e reclamavam muito da comida, da rotina, das professoras etc. Agora cada um estuda num período e ficam em casa o restante do tempo.
Mesmo não tendo o poder de sozinha alterar o rumo da empresa, as coisas começaram a mudar. E todo o meu esforço para me manter ativa e entregando valeu a pena. Tenho sido reconhecida e recebendo muitos desafios que me fortalecem a cada dia.
Minha conclusão dessa filosofia de corrida, é que realmente nos 40 anos precisamos fazer uma reavaliação da nossa trajetória. Se não fizermos isso ativamente, a vida exigirá essa parada. E se não estivermos preparados, poderemos ter Depressão ou cometer suicídios, simbólicos ou real.
Também vi alternativas na Doutrina Espírita que apresenta uma visão de que tudo tem um porquê e - além disso - temos o nosso livre-arbítrio para mudarmos o que nos incomoda. No entanto, o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória. Isso significa que jogar um casamento feliz fora, pode ser um suicídio simbólico e a colheita será feita... cedo ou tarde.
Percebi então que os suicídios simbólicos também são terríveis. Podemos suicidar os nossos verdadeiros sonhos, podemos suicidar as nossas verdadeiras crenças e valores. E depois que cometemos o suicídio não dá para voltar atrás.
E para dar continuidade às mudanças nos 40 anos, a partir desse momento vou reformar a minha casa. Odeio esse tipo de tarefa, mas é preciso. Meus filhos estão grandes, começando uma nova fase e a casa não pode ser mais para bebês. Não posso viver mais no improviso. Agora a casa precisa me servir e não eu a ela. Sei que será uma fase terrível já que o Angelo e eu não concordamos com nada, mas será de um enorme aprendizado.
Um bom tema para um próximo bate-papo.
michael kors outlet
ResponderExcluirbrowns jerseys
nike outlet store
instyler max
giants jersey
gucci outlet
replica watches
michael kors handbags
michael kors handbags
michael kors handbags