quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Síndrome da Posse" em mães de meninos

Eu e meus "Futuros Maridos das Minhas Noras"
Não sei se por influência da minha mãe (que sempre apontou a independência como fundamental) ou por ser observadora, sempre achei excessiva a posse que as mães têm em relação aos seus filhos, principalmente aos filhos homens. Normalmente, as filhas meninas são criadas pelas mães para serem independentes - se não financeiramente, pelo menos no que refere a atividades domésticas. Já os meninos são mais protegidos e crescem acreditando que o mundo existe para servi-los.
Tenho vários exemplos próximos e distantes dessa prática. A mãe lava, passa, arruma, guarda, carrega mochilas e faz um monte de outras coisas, enquanto os filhos estão livres e soltos, curtindo os seus eternos momentos de folga. Essa semana li uma reportagem sobre as mães Tigres e também refleti sobre esse assunto ontem no Centro. E ficou claro para mim que devo tomar cuidado para não cair nessa armadilha.
Noras hoje Sogras Amanhã
Vejo algumas amigas que criticavam duramente as suas sogras e hoje estão trilhando exatamente os mesmos passos que essas Super-Mães fizeram no passado: super protegem seus meninos, são ciumentas, possessivas, controladoras e ressaltam a super-inteligência de seus pimpolhos, sem se importarem com o esforço que eles deixaram de fazer. Elas estão criando verdadeiros ditadores, em que o outro existe apenas para servi-los. Então chego a conclusão que nós mulheres somos as grandes culpadas pela "preguiça de nossos homens". O reizinho hoje será o preguiçoso do amanhã.
Li em algum lugar que nas culturas orientais, as noras são escravas das sogras e sofrem muito com isso. No entanto, essa lição não vale nada. Assim que possível, quando as noras se tornam sogras fazem exatamente o que suas sogras fizeram no passado. Achei isso horrível, agora entendo que fazemos exatamente o mesmo aqui no Ocidente. Só que de forma mais velada.
Na maioria das vezes, entendo que fiz uma boa escolha. Minha sogra é uma ótima pessoa e nos damos muito bem. Nunca me mal tratou e sempre me respeitou muito. Creio que isso contribuiu para que eu casasse com meu marido. Porque essa educação de respeito fez dele um homem melhor. Mas acho que devo aprimorar ainda mais essa lição que minha sogra me passa em nosso convívio. Quero que meus dois filhos sejam homens completos, maridos completos, filhos completos e, consequentemente, seres humanos completos. E para tanto precisam saber se virar: eles precisam lavar, passar, arrumar sem se sentirem "maricas".
Gostaria que minhas noras me olhassem e me agradecessem pelo belo trabalho que fiz. Criando maridos independentes da mãezona aqui. Gostaria que o Matheus e o Daniel soubessem a grande diferença entre a mãe e a mulher. Que eles também entendessem que o serviço doméstico é benéfico para todos e não um fardo pesado exclusivo das mulheres. Que a criação dos filhos é uma tarefa conjunta, em que cada um tem seu papel, mas ninguém deve carregar mais do que o outro. Que palavras como "obrigada", "por favor", "valeu", "que legal" devem ser faladas sempre com sentimento vivo e não por pura educação.
Finalmente, quero que meu Mentor sempre me alerte sobre a possibilidade de estar criando verdadeiros "filhinhos da mamãe", que essa armadilha seja desarmada todos os dias mais um pouquinho. Já que na atual sociedade de poucos filhos, temos a tendência de achar que eles são jóias raras e que qualquer ação mais dura pode quebrá-los, quando na verdadeira, iria lapidá-los.
Que tarefa dura...

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