sexta-feira, 27 de maio de 2016

Fases da Vida




Quando corro, passo por um processo parecido com o que acontece na meditação. Nos primeiros quilômetros, os pensamentos estão confusos, o corpo reclamando e a mente gritando para parar imediatamente e fazer algo mais intelectualmente aceitável. São quase 4 quilômetros de briga.

Descrevendo esse processo:
1o. k - aquecendo o corpo e provando que aquelas dorzinhas são passageiras;
2o. k - domando a respiração que ainda está irregular;
3o. k - domando os pensamentos que estão confusos e a mente gritando que preferiria estar numa biblioteca ou museu;
4o. k - domando os batimentos cardíacos que aceleram muito na subida e baixam muito no terreno plano.

Após esse período, começo a dominar a mim mesma e então o prazer começa. Por isso, tenho buscado corridas mais longas. Elas são muito mais prazerosas. Pensa comigo: se eu corro 5k, passei praticamente 90% do meu tempo no sofrimento. Se são 10k, fico mais com mais de 50% na curtição e assim vai. Então... bora correr a Meia Maratona, entendeu?

Nesses momentos de meditação resolvo mil problemas do trabalho: tomo resoluções coerentes, reconheço erros que cometi, percebo onde estão os problemas e como resolvê-los. Isso acontece basicamente quando corro após o trabalho. No final de semana, que já estou mais desconectada do trabalho, filosofo... e muito.

40 anos: a década da infelicidade
Ontem pensei bastante em um texto que li sobre a idade da infelicidade. Segundo esse estudo publicado pela ONS, na sociedade moderna o pico de tristeza acontece entre os 40 e os 59 anos. Nessa fase, existem pressões muito significativas como:

- no trabalho precisamos fazer entregas com mais acertos devido a experiência e ao mesmo tempo mostrar que temos a mesma energia dos profissionais mais mais jovens;
- em casa precisamos cuidar dos filhos e tomar decisões que serão extremamente relevantes para o futuro da prole;
- na vida conjugal precisamos dar conta da parte sexual com afinco para não abrir brechas para concorrentes ao mesmo tempo que precisamos dar atenção a parte prática e rotineira da relação;
- na saúde começam a aparecer os primeiros sinais claros da velhice;
- na vida doméstica, é preciso assumir de fato o controle das atividades do dia-a-dia.


Fiquei com essas informações chacoalhando no meu cérebro enquanto corria, já que estou com 43 anos. Fiz uma conexão com a conhecida  Idade da Loba - que começa aos 40 anos - e pensei nos meus amigos e, principalmente, nas minhas amigas.


Realmente existem muitos casos de Depressão e Síndrome do Pânico que começam por volta dos 40 anos. Também encontrei vários casos de separações, suicídios reais ou simbólicos em conhecidos que estavam entre 40 e 59 anos. É como se nos déssemos conta de que vivemos 50% dos nossos anos de vida e que agora precisamos aproveitar a outra metade.

Quando 50% já foi feito
A partir desse ponto passei a fazer uma contrapartida com a corrida. Não me considero infeliz e também não reconheço em mim traços de Depressão. Mas confesso, na beira dos 40 anos tive vontade de jogar tudo para o alto e mudar minha vida 100%. Não encontrava prazer no casamento, nos filhos, na minha casa e tampouco no trabalho.


Mas quase 2 anos após essa fase meio cinza voltei a me apaixonar. Engraçado que uma coisa passou a puxar a outra. No trabalho eu não via muitas possibilidades de mudança. Apesar de adorar as minhas atividades, eu não via muito movimento, muita inovação. Mas como acreditava muito na empresa, resolvi fazer minhas atividades com afinco e não dar muito espaço para decepções, mesmo considerando que eu merecia mais reconhecimento por tudo aquilo que eu estava entregando.

No meu casamento, as coisas ESTAVAM. Isso mesmo... estavam... O amor estava, a relação sexual estava, as conversas estavam. Estavam do jeito que deveriam estar... traduzindo ESTAVAM MORNAS.

Com os meus filhos, a vida também tinha deixado de ser caótica. Eles já não eram bebês, já tinham independência e já me davam parte do tempo livre que eu queria muito.


Com a ajuda da minha irmã e da amiga Edilene resolvi correr. E a partir desse desafio, as coisas começaram a mudar. Em primeiro lugar, mudei meu corpo, eliminando 12k, muitas celulites e roupas de número 44. Só aí, minha auto-estima já melhorou em muito. Para o casamento, procurei ajuda na Doutrina Espírita - que mesmo sempre seguindo - estava meio distante. Para os filhos, a mudança de escola e de rotinas. Eles ficavam no integral e reclamavam muito da comida, da rotina, das professoras etc. Agora cada um estuda num período e ficam em casa o restante do tempo.


Mesmo não tendo o poder de sozinha alterar o rumo da empresa, as coisas começaram a mudar. E todo o meu esforço para me manter ativa e entregando valeu a pena. Tenho sido reconhecida e recebendo muitos desafios que me fortalecem a cada dia.


A Prova dos 40
Minha conclusão dessa filosofia de corrida, é que realmente nos 40 anos precisamos fazer uma reavaliação da nossa trajetória. Se não fizermos isso ativamente, a vida exigirá essa parada. E se não estivermos preparados, poderemos ter Depressão ou cometer suicídios, simbólicos ou real.


É preciso buscar ajuda nessa fase. Resolver tantas coisas sozinha não dá muito certo. Nosso cérebro costuma seguir a mesma maneira que aprendemos para resolver nossos dilemas. E a forma como aprendemos até completar 40 anos pode não servir mais. Com ajuda profissional, vamos enxergando com mais clareza isso. No meu caso, tive o apoio de uma Coaching - que apesar de focar no trabalho - me ajudou muito a visualizar padrões que sigo e que já não me servem mais.


Também vi alternativas na Doutrina Espírita que apresenta uma visão de que tudo tem um porquê e - além disso - temos o nosso livre-arbítrio para mudarmos o que nos incomoda. No entanto, o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória. Isso significa que jogar um casamento feliz fora, pode ser um suicídio simbólico e a colheita será feita... cedo ou tarde.

Percebi então que os suicídios simbólicos também são terríveis. Podemos suicidar os nossos verdadeiros sonhos, podemos suicidar as nossas verdadeiras crenças e valores. E depois que cometemos o suicídio não dá para voltar atrás.



E para dar continuidade às mudanças nos 40 anos, a partir desse momento vou reformar a minha casa. Odeio esse tipo de tarefa, mas é preciso. Meus filhos estão grandes, começando uma nova fase e a casa não pode ser mais para bebês. Não posso viver mais no improviso. Agora a casa precisa me servir e não eu a ela. Sei que será uma fase terrível já que o Angelo e eu não concordamos com nada, mas será de um enorme aprendizado.




Um bom tema para um próximo bate-papo.



quarta-feira, 25 de maio de 2016

Nossa primeia Meia Maratona


   No dia 22 de maio, fizemos nossa primeira Meia Maratona. Tudo bem que foi de revezamento, isto é, cada uma correu 5,25K. Mas foi uma meia maratona. Nosso tempo foi super bom. Ficamos em 31o. lugar na categoria quarteto. Ficamos muito empolgadas. Isso significa que estamos treinando legal.


Nossas impressões
Esse ano foi a primeira Girls on the Route, uma meia maratona exclusiva para mulheres. No momento da inscrição rolou um certo estresse, mas rapidamente resolvido. O valor era R$ 69 por corredora, mas ao cobrar o sistema cobrou os R$ 69 pelo total do quarteto. Bastou ligar e eles resolveram no ato.
A retirada do kit foi na Loja Memo do Shopping Iguatemi e tivemos 4 dias para fazer essa retirada. Foi bem tranquilo. Loja vazia, bom atendimento e Kit legal: camiseta, duas revistas (Runners, Glamour), um par de meias e uma linda viseira preta.


A corrida foi toda feita no circuito padrão que é organizado perto do parque Ibirapuera, com a largada na frente do Obelisco. Apesar de ter chovido o sábado todo, o domingo amanheceu com um lindo céu azul e um sol muito brilhante. Apesar disso, estava bastante fresco. Um clima delicioso para correr.

A Fernanda foi a primeira atleta do nosso grupo. Como sempre, fez um excelente tempo, por volta de 28 minutos. Na sequência fui eu (com 30 minutos), depois a Lilian e quem fechou o nosso quarteto foi a Edilene. A troca das atletas estava muito bem sinalizada e como a corrida estava mais para vazia, foi bem fácil encontrar a próxima corredora para entregar a tornozeleira. Bem diferente da corrida de revezamento do Pão de Açúcar que tem muitos atletas e a gente acaba se confundindo.

O guarda-volumes e os banheiros químicos também foram em número suficiente para a quantidade de inscritas. Havia patrocinadores distribuindo, chás, energéticos, salgadinhos orgânicos etc.

É bem diferente correr com um grupo. Eu já estou correndo 16k, mas esses 5k foram bem desafiantes. Precisava entregar um tempo legal para não deixar as coisas mais difíceis para a Edilene que era a última. No meio do trajeto, passei sentir as pernas pesadas, mas ainda assim não reduzi o ritmo, batimento a quase 180 e não baixava. O esforço foi tanto que no dia seguinte, fiquei até dolorida.


Foi muito emocionante. No final esperamos a Edilene e fechamos a corrida de mãos dadas Esse quarteto vem se superando a cada corrida. Amei fazer essa prova e mais ainda comemorar a nossa superação.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Próximas corridas

O calendário de corrida ainda não está completo, mas é bom ir se programando.


Night RunTwist

Sábado foi a vez da corrida popular Night Run Twist. Popular devido ao preço de inscrição, que saiu por volta do R$ 27,00, mas que não deixou nada a dever para a organização de outras provas que são mais caras. A distribuição dos kits aconteceu em dois dias, incluindo o próprio sábado da corrida. A camiseta, de manga longa, muito adequada para o clima dessa época.

Depois, o local da largada foi de muito fácil acesso. Como a arena estava montada no Memorial da América Latina, foi fácil chegar até lá de metrô, descendo na Estação Palmeiras - Barra Funda.


A distribuição dos chips foi bem tranquila. Como tinha bastante gente trabalhando no staff, o mesmo aconteceu no guarda-volumes.
A única ressalva é que não havia separação por pelotões. Então todos largamos juntos para correr os 7 KM. Isso fez com que muitos "caminhantes" largassem na frente, prejudicando aqueles que queriam melhorar o tempo. No entanto, eu entendo que esse tipo de prova existe mais para fomentar o esporte e trazer mais pessoas para uma vida saudável do que para criar uma competição. Então acabei relevando e curtindo cada momento.

O percurso foi praticamente todo feito pelo Elevado Costa & Silva (adoro!!!). Já fiz várias provas nesse trecho, mas sempre de manhã. Correr a noite no minhocão é muito mais divertido. Havia várias pessoas nas sacadas dos prédios incentivando, brincando e comemorando com a gente. Essa energia ajuda muito e faz com que a corrida fique muito mais prazerosa.


Durante todo o trajeto havia muitos pontos de hidratação e com abundância de água. Ao final recebemos a medalha e ainda frutas com isotônico. Resumindo: excelente prova com um valor muito acessível.