segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Disney Magic Run - um grande aprendizado

Ontem foi dia de Disney Magic Run. Quando saiu o comunicado sobre essa corrida foi um furor entre minhas amigas. Todas correndo para fazer a inscrição. Fui no entusiasmo e acabei pagando R$ 140 para correr 10k. Essa seria a minha primeira corrida oficial com essa quantidade de quilômetros.

Há cerca de 15 dias, sofri uma lesão na panturrilha e estou sem treinar desde então, com direito a fisioterapia duas vezes por semana e descanso forçado (ai que medo de engordar!!!). Aí começou a bater o arrependimento por ter pago tão caro por essa corrida. Mas como a esperança é a última que morre, meu fisio autorizou a minha participação como um "teste". Iniciar trotando, mas se sentisse alguma coisa era para parar imediatamente. Só poderia trotar por no máximo 2k e depois caminhar. Fiquei animada.




Doce Ilusão
Mas a doce ilusão começou a dar sinais de que acabaria cedo!  No sábado fui a pé até um salão de estética que tem perto de casa e o trajeto tem uma ladeira muito íngreme. No meio da subida, caminhando devagar, já senti uma fisgada, que não me deixou em paz durante toda a tarde e à noite também. Mas achei que fosse psicológico e também precisava fazer o tal teste.

O trajeto da corrida foi montado no entorno do Parque Ibirapuera. Tradicionalmente a gente estaciona os carros perto do Portão 6 e para chegar até a largada, na Assembléia Legislativa, são quase 2k de caminhada. Já no meio da caminhada rápida, voltei a sentir "pequenos choques" na panturrilha. Meu sinal de alerta foi ligado. Mas meu bolso me lembrava que eu havia pago R$ 140,00 para estar lá. Então resolvi curtir as atrações da Arena.

Fomos para a largada, depois das selfies, parada para xixi e aquecimento na Arena. Toda aquela animação me deu um gás extra. Larguei caminhando, quase sendo atropelada. Deveria ter ficado para trás, mas quis acompanhar a Fernanda e a Lilian. Comecei a trotar e.... nem 500 metros minha perna gritou "pára, pára... seu músculo não tá legal". Aí os dois lados do meu cérebro começaram a brigar, mesmo os dois concordando que eu deveria apenas caminhar. Um lado queria caminhar rápido e fazer o trajeto de 10k (e ele gritava: "vc vai engordar se não se exercitar!") e o outro queria curtir o trajeto de 3k apenas na caminhada (e esse dizia ponderadamente: "lembre-se da maratona do Pão de Açúcar, forçar só vai te impedir de fazer essa corrida com revezamento. Suas amigas contam com vc").


Continuei nessa briga imaginária durante os dois primeiros quilômetros, vendo divesas pessoas felizes me ultrapassando. Esse sentimento é muito ruim, fica realmente um gosto amargo na boca e uma sensação de que não estamos nos esforçando como deveríamos. Mas para minha salvação, logo na frente vi uma placa que separava a corrida e a caminhada. Respirei fundo e fiquei com o meu lado mais ponderado. Passei a caminhar beeeemmmm devagar, olhando e observando os detalhes e fiz a curva rumo ao final da caminhada. Como a largada dessa turma ainda não tinha sido liberada, parei antes para acompanhar os últimos 500 metros dos primeiros atletas a chegarem do percurso da corrida.

Depois de buscar ajuda para um atleta que quebrou (falo disso depois), fui retirar a minha medalha da caminhada, que inclusive é muito mais bonita do que a da Corrida. Como eu sou a super ultra mega estabanada Kátia, levei um tombo ao pegar água. Enrosquei o pé direito (o mesmo da perna lesionada) numa corda jogada no chão e presa ao pé do suporte com o ponto de hidratação. Ralei as mãos, o joelho e quase quebrei meu celular. No entanto, meu lado Poliana deu o ar da graça. Logo que a dor passou, o tombo também me fez pensar em coisas que a minha mãe fala e eu não tenho dada tanta atenção. Resumindo: tudo leva a ter um grande aprendizado. Preciso ficar mais atenta aos sinais da vida. Aos sinais internos e externos também.

Estrutura da Disney - afinal R$ 140 vale?
Como disse, tive a sensação de arrependimento por ter pago R$ 140 para essa corrida. Mas agora que passei por todas as fases: da inscrição até o recebimento da medalha, qual minha opinião?

Responta: Depende... Se vc for um corredor experiente, não... não vale a pena. Muita gente caminhando e curtindo. Tentar fazer tempo nesse tipo de corrida, só se for atleta de Elite. Mas para a primeira prova oficial de 10k, os R$ 140 teriam sido muito bem pagos.

E para as crianças? Vi muitos pequenos reclamando, chorando e resmungando por andar os 3km sem nenhum atrativo adicional no percurso. Poderia ter Patetas, Buzz, Macs, Elzas e outros personagens pelo caminho. Poderia ter gincanas no trajeto também. Mas não tinha. Então... também acho que para os muito pequenos que caminham, mas ainda precisam de carrinho também não vale. As meninas de 5 a 10 anos curtem mais. Os meninos, como os meus, não curtem.

Mas e os R$ 140 da inscrição são justos pela estrutura disponível? Sim, são bem justos. Fui buscar meu Kit no sábado, quando normalmente é lotado. Mas a estrutura de entrega era muito boa e já vinha funcionando desde a quarta-feira. Assim, estava muito tranquilo. Os estandes estavam cheios, mas era possível curtir cada atração sem grandes transtornos. A camiseta e a mochila são lindos: muito bem elaborados. Os patrocinadores distribuiam brindes bons e atrativos.


A estrutura da Arena também estava impecável. Mesmo com tanta gente, conseguimos fazer massagem, o que em outras corridas é quase impossível. O kit pós chegada também estava bem completo (só faltou a tradicional banana da minha amiga Lilian kkkk). E se tivéssemos mais paciência poderíamos ter ganhado outros brindes dos patrocinadores. E um capítulo a parte eram os banheiros químicos: estavam limpos e com papel higiênico. As sinalizações também estavam impecáveis. Meu lamento vai apenas para a estrutura mais indispensável de todas:


Lamentável
O capítulo mais triste dessa corrida assisti nos 500 últimos metros do trajeto da corrida. Fiquei lá parada assistindo a chegada dos atletas, lembra? Então... um atleta quebrou ali na minha frente. Três rapazes do Staff estavam cuidando para que ninguém burlasse a corrida e não perceberam que o atleta estava se agarrando nas grades de separação. Então os expectadores chamaram a atenção de um deles. Como os três estavam sem rádio e não havia nenhum apoio por perto, um deles saiu caminhando na maior calma para procurar ajuda. Depois de uns 5 minutos, o atleta caiu, desmaiado. Nada de ajuda chegar. Um dos expectadores tentou dar água para o atleta, mas ele estava numa situação desesperadora. Eu fiquei em pânico. Para mim, ele estava tendo um ataque cardíaco.

Então perguntei para um dos rapazes do Staff onde que eu poderia encontrar a equipe médica e ele disse que eu precisaria ir até a chegada do percurso de corrida. Lá fui eu caminhando rápido, meio trotando, procurar ajuda (e meu músculo da panturrilha sentiu muito). Voltei depois de uns 10 minutos com os "para-alguma-coisa" com a cadeira-maca. Aí tinha uma equipe de Bombeiros Civis fazendo o primeiro atendimento.

Na minha contagem foram quase 15 minutos de NÃO ATENDIMENTO. Se o rapaz estivesse tendo uma parada cardíaca, ele estaria morto nesse momento. Aí fiquei com dúvida, se essa corrida - TÃO FAMILIAR E NÃO PROFISSIONAL - deveria ter um circuito de 10K. Talvez 5k fosse o ideal. E para ter esses 10K seria necessário muito mais apoio. 

Nunca presenciei uma situação dessa e não reparei se nas outras corridas todo o Staff tem rádio. Mas pela quantidade de inscritos, pelo percurso não exigir taxa paga a prefeitura, pela quantidade de patrocinadores e PELO VALOR DA INSCRIÇÃO, acredito que o Staff poderia ter um sistema de comunicação mais eficaz.

E vc? Por tudo que eu contei acha justo o valor da inscrição ser R$ 140,00???

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Minha primeira lesão de corredora

Comecei a correr há cerca de 1 ano, sozinha. Seguindo dicas e planilhas de revistas. Usando meu conhecimento passado em musculação e fazendo tudo em etapas. Mas nem assim consegui me manter longe da lesão.

Na terça da semana passada, tomei um escorregão durante o almoço e no final da tarde fui correr. Como era dia de treinar subida na rua, forcei um pouco e no final senti uma fisgada na panturrilha direita. Como já estava nos finalmentes, esfriei, alonguei e fui para casa. Na quinta, quando fui buscar os meninos, torci o mesmo pé, senti a panturrilha, mas desencanei. Na sexta, treinei normalmente e sem dor. No domingo, fui de metrô e de trem para a prova do SP Market e já no aquecimento comecei a sentir dor. Corri 2 kms e escutei um estouro na panturrilha, já não consegui correr mais. Terminei a prova caminhando e sentindo muita dor.

Essa sensação é muito ruim: ver as pessoas que vc ultrapassou lá no comecinho, passarem por vc. Ouvir o APP dizendo que o tempo está passando e os KMs não. Quase desisti até de pegar a medalha... Mas achei que seria muito mimimi. Fiquei com gostinho de que tudo tinha acabado. Realmente fiquei preocupada.


Fui até a casa da minha irmã e meu cunhado, esportista, "diagnosticou" um estiramento do músculo grau 1. Fui para casa e pesquisei. Todos os sintomas batiam e o tratamento também: 2 semanas de repouso, bolsa de gelo e fisioterapia. Minha amiga Vera viu meu post e indicou um fisio que conseguiu me encaixar na segunda-feira. Batata... meu cunhado acertou em cheio, tanto no diagnóstico quanto no tratamento.

Hoje estou no Rio de Janeiro, em Copacabana. Uma orla inteira para treinar 10km e o máximo que fiz foi uma caminhada bem leve, só para ir jantar. Enquanto trabalho, estou fazendo gelo. O fisio já descartou a minha participação na corrida de domingo próximo (Corrida Contra o Câncer de Mama). E minha esperança é conseguir correr os 10km na Disney Run. Então fazer tudo certinho, né?


O difícil é conseguir encaixar uma academia, um pilates ou uma equipe de treino na minha rotina e na minha conta bancária. A corrida foi escolhida exatamente por isso. Consigo treinar em casa, de graça e nas horas mais doidas, sem atrapalhar a rotina da família. Ainda assim sempre me sinto em débito. Imagina ter que ir para algum outro lugar. Ai Meu Deus. E o pior é que o estiramento é falta de fortalecimento. Preciso rever minhas prioridades.

Corrida contra o Câncer de Mama

Nesse domingo tivemos a Corrida Contra o Câncer de Mama, no circuito próximo ao Parque Ibirapuera. Como ainda estou me recuperando da lesão na panturrilha, estava de castigo e não podia correr. Meu primeiro pensamento foi ficar em casa dormindo, mas ao ver tanta gente mostrando a animação para as várias corridas do domingo no Facebook, resolvi acompanhar as minhas amigas.


Acordei às 5h15 sem nenhuma dor, mas ainda assim me mantive firme no propósito de não cair na tentação de fazer o circuito de 5km caminhando. Fiquei ao lado da Fernanda, da Edilene e da Lilian até a largada e depois fui para a lateral acompanhar a corrida, devidamente sentada.


Uma nova visão
Tive uma visão diferente da corrida. Fiquei observando os atletas e vi diversos tipos: o atleta de elite, com seu rosto demonstrando esforço e foco. A atleta bonitona, desfilando seu conjunto de tênis, top e shortinho combinando. O atleta tecnológico, com todo o aparato para acompanhar os seus índices. O atleta selfie e seu inseparável pau de selfie, a atleta família, com seu marido, filhos e até cachorros. Os amigos atletas que correm em grupo, fazendo algazarra. O atleta engajado, que sempre leva um cartaz por uma boa causa. O atleta do bem, emprestando suas pernas para pessoas em cadeira de rodas. O atleta maluco, que corre atropelando tudo e todos para fazer o melhor tempo. Enfim... pude acompanhar com o olhar de espectadora toda essa gente que faz o clima da corrida ser tão gostoso.


Pude parar e avaliar o porquê da corrida na minha vida. Afinal o meu objetivo que era emagrecer e esse eu já alcancei. Então podia aproveitar a lesão como desculpa e parar com todo esse esforço e sofrimento. Mas o meu pensamento foi de que é isso que eu quero. Quero continuar correndo. Quero continuar a fazer parte desse grupo tão heterogêneo. Quero continuar a mostrar para mim mesmo que depois de tanto esforço tem sempre a recompensa da endorfina. E por falar em endorfina... como ela faz falta.


Ontem fui para academia pela segunda vez e fiz 30 minutos de ergométrica. Não é a mesma coisa. O batimento cardíaco não acelera e o suor demora muito mais para aparecer. Mas a endorfina pingou na minha veia. Voltei para casa um tantinho mais feliz.


Hoje tenho mais uma sessão de fisio. Parece que realmente vou poder participar da Disney Magic Run. Serão 10k no próximo domingo. Com certeza não conseguirei fazer todo o percurso correndo, depois de 2 semanas sem treinar. Mas será mais uma oportunidade de testar se eu de fato me recuperei. Também será uma forma diferente de olhar a corrida. Agora como espectadora e participante. Olhando mais para os outros e menos para dentro de mim mesma.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O prazer em correr sozinha

Uma das coisas que mais gosto da corrida é poder estar sozinha durante o percurso.Isso me dá a oportunidade de fazer algo que eu amava quando pequena. Conversar comigo mesma e com o meu mentor. É muito bom poder entrar nessa sintonia da concentração.

Para conseguir chegar nesse momento de troca, preciso já ter recebido a descarga de adrenalina e ter encontrado o pace confortável. Isso vem lá pelo quilômetro 3o. ou 4o. A partir do 5o. quilômetro, parece que até os problemas mais difíceis serão resolvidos. Por isso, meu objetivo é conseguir fazer 10k com prazer. Ainda chego no último quilômetro com a sensação de que faltou perna para tanto. E isso não é legal. Mas chego lá. Isso tenho certeza.